O MINC é o palpite mais infeliz do governo Lula
Ronaldo Bastos
Bem que Dona Ivone Lara avisou para pisar devagarinho o chão sagrado da música brasileira. Eles são deliberadamente surdos e estão cuspindo nele. Vão pagar por isso. Noel também avisou: “Quem é você que não sabe o que diz? Meu Deus do céu, que palpite infeliz”.
O MINC é o palpite mais infeliz do governo Lula. Um desastre completo: mandam uma lei que a classe não demandou para consulta pública às vésperas de uma eleição e no dia do primeiro jogo do Brasil na Copa, mas não publicam nenhuma opinião discordante. Se o Presidente tivesse algum respeito por nós, já teria demitido essa gentalha há muito tempo. A galera da música e a sociedade civil deve revidar, com múltiplas ações de agitação e propaganda, esta agressão contra a nossa soberania.
O Ministério da Cultura, que uma articulação memorável da música brasileira, de Roberto Carlos a Herbert Vianna, foi fundamental para criar, é hoje o nosso inimigo principal: ministério da incompetência, do cinismo, da arrogância, da falsidade, da armação, do ressentimento e da intervenção do Estado numa seara que não é da sua competência. Eles pensaram que dourando a pílula com uma fingida modernidade poderiam nos empurrar goela abaixo aquele novelho fascismo de esquerda, arauto da barbárie. Quanta empáfia revelada no rosto de um baiano triste e biografia obscura! É triste ver essa gente, que no final dos anos 60, nós deixamos para trás na poeira da caretice e do sectarismo, retornar das catacumbas com a pretensão de nos ensinar o que devemos fazer com a nossa vida e a nossa arte.
Podemos dizer de muitas maneiras. Escolho as primeiras que me vem à cabeça : “Cê tá pensando que eu sou loki, bicho? ”, “Mas que nada, sai da minha frente que eu quero passar”, ”Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome” e por aí vai. E olha que nós estamos falando de um setor organizado da economia, que cria empregos, gera divisas, paga impostos e é , junto com o futebol, a cara do Brasil para o mundo.
Eles se acham os tais mas são manés. Não passarão!