Ecad está de olho
Com a proximidade das festas de fim de ano, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) está promovendo a campanha de Reveillon junto aos usuários de música e promotores de eventos empresariais para que seja cumprida a Lei de Direitos Autorais (Lei 9610/98) também nas confraternizações.
De acordo com Teddie Garcia de Lima, gerente da unidade Amazonas do Ecad, as campanhas incluem e-mails informativos direcionados, sobretudo, aos profissionais de comunicação, marketing e recursos humanos, que respondem, na maioria das vezes, pela realização das festas de empresas. “É claro que quanto maior o número de pessoas que atingirmos, melhor, mas procuramos direcionar nossa comunicação às pessoas-chaves que promovem os eventos, informando o porquê do direito autoral”, explica.
Uma das principais barreiras encontradas pelo Ecad é a imagem antipática que muitos promotores de eventos fazem da cobrança. “Existe, sim, uma certa antipatia, mas a gente tem que mostrar a importância da cobrança, responder as objeções, explicar para onde vai o dinheiro e passar todas as informações detalhadas de cálculo para tentar contornar essa situação, porque nosso trabalho é de esclarecimento e a abordagem tem que ser a melhor possível”, minimiza Teddie.
Para o cantor e compositor Cileno, o Ecad tem sido motivo de dor de cabeça. “Eu passei alguns anos batendo de frente com o Ecad porque não sabia como receber meus direitos autorias e estava errado: eu não estava cadastrado em nenhuma editora como compositor. Ciente disso, me cadastrei e passei a receber um valor trimestral. Só que tem um ano que estou brigando com eles de novo. Eles dizem que a direção é nova e mudaram todos os funcionários e estão aprendendo a lidar com isso. Ainda tenho para receber por shows que fiz em maio. As músicas tocando na rádio, no show e eu não vejo o dinheiro”, reclama o cantor, que calcula que tenha para receber mais de R$ 2 mil em direitos autorais.
Segundo Teddie, a distribuição da arrecadação não foi afetada pela mudança da equipe. “Acontece que às vezes o artista vai tocar em um local que é devedor e acaba não recebendo por aquilo ou toca com outras bandas e o valor é rateado. Nosso objetivo é promover os compositores locais”.
Pouca gente conhece o Ecad, que mantém 21 unidades arrecadadoras pelo País e, em Manaus, funciona na avenida Eduardo Ribeiro, 639, salas 1706 e 1707. Para tirar dúvidas, o gerente da unidade esclarece na entrevista abaixo alguns procedimentos da instituição.