Direito autoral é a comissão de frente do Carnaval 2011
Músicas de Carnaval não são de domínio público
Marchinha, samba, frevo e axé estão entre os gêneros mais executados durante o Carnaval, embalando milhares de foliões em clubes, blocos, trios elétricos, bares, restaurantes e festas a céu aberto. São quatro dias de uma festa grandiosa, que simplesmente não existe sem música. Por isso, nada mais justo do que remunerar os autores responsáveis por tantos momentos divertidos e inesquecíveis.
A fim de chamar a atenção para o fato de que muitas músicas de Carnaval não são de domínio público, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) lança uma campanha de conscientização voltada aos organizadores de eventos carnavalescos, na qual enaltece a importância do pagamento do direito autoral como justa remuneração aos criadores de músicas.
A campanha homenageia João Roberto Kelly, o criador de ‘Cabeleira do Zezé’, uma das mais famosas marchinhas de Carnaval, e esclarece que os herdeiros de autores falecidos, como Braguinha ("Chiquita Bacana"), Lamartine Babo ("Teu cabelo não nega"), Haroldo Lobo ("Allah-la-o"), André Filho ("Cidade Maravilhosa"), entre outros, também recebem direitos autorais até 70 anos após a morte do(s) autor (es) das músicas.
Conscientização – A campanha de Carnaval 2011 do Ecad teve início no começo de fevereiro com o envio de aproximadamente 6.500 malas diretas para usuários de música. São promotores de eventos, bares, restaurantes, hotéis, clubes, boates, casas de festas, casas de diversão, escolas de samba, prefeituras, associações, entre outros, envolvidos de forma profissional com a música.
O material esclarece a importância do pagamento dos direitos autorais das músicas tocadas nos bailes e eventos e informa que o mesmo só pode ser efetuado através de boleto bancário. Também orienta sobre a importância do trabalho de gravação feito pelo operador do Ecad para garantir a justa distribuição dos valores arrecadados no período. A campanha também conta com um banner animado no site do Ecad e um brinde: um adesivo com três tipos de cabeleiras para serem coladas em fotos, tornando-as mais divertidas.
Recordistas – Os autores com maior rendimento no Carnaval 2010 foram: João Roberto Kelly, Braguinha, Lamartine Babo, Haroldo Lobo, Alain Tavares, Manno Góes, Carlinhos Brown, André Filho, Oldemar Magalhães e Jorge Ben Jor.
Desde 2009, recurso tecnológico auxilia no monitoramento de eventos
Desde 2009, o Ecad tem a seu serviço para gravação de grandes eventos o Ecad.Tec Som, aparelho com autonomia de gravação de 16 horas de música em cartão de memória e na versão 100% digital. Inviolável, é resistente a ruído, vento e impacto e dispensa a presença física do operador de gravação durante o evento. Após o término do evento, esse conteúdo é analisado pelo Centro de Identificação de Execuções Musicais (Ciem), da área de Distribuição do Ecad. "Com essa nova tecnologia, o processo de gravação e identificação das músicas ganha em eficácia e agilidade, beneficiando a distribuição dos direitos autorais de compositores e artistas", diz o gerente de Tecnologia da Informação do Ecad, José Pires.
Músicas mais executadas no Carnaval
1 – Mamãe eu quero – Jararaca / Vicente Paiva
2 – Cabeleira do Zezé – João Roberto Kelly / Roberto Faissal
3 – Me dá um dinheiro aí – Homero Ferreira / Glauco Ferreira / Ivan Ferreira
4 – Marcha do remador – Castelo / Antônio Almeida
5 – Teu cabelo não nega – João Valença / Lamartine Babo / Raul do Rego Valença
6 – Jardineira – Humberto Carlos Porto / Benedito Lacerda
7 – Mulata Ye Ye Ye – João Roberto Kelly
8 – Allah-la-o – Antonio Nassara / Haroldo Lobo
9 – Cidade Maravilhosa – André Filho
10 Saca-rolha – Zilda do Zé/Waldir Machado/ Zé da Zilda
Maior compositor de marchinhas, João Roberto Kelly completa 50 anos de carreira
O maior compositor de marchinhas de Carnaval do país, João Roberto Kelly, autor de "Cabeleira do Zezé", "Mulata Ye Ye" e "Maria Sapatão" é o compositor homenageado pela campanha de Carnaval do Ecad em 2011. Ele recebe direitos autorais de suas músicas, principalmente nessa esta época do ano, e engrossa o coro quando o assunto é conscientizar sobre a retribuição autoral:
"Eu fico contente porque eu recebo o direito autoral da música "Cabeleira do Zezé" e de outras tantas músicas que eu fiz. Eu não sei o que seria de um compositor se ele não recebesse o direito autoral. É importante também que aqueles que usam a música do compositor paguem o direito devido, porque é um direito nosso. Eu venho de uma época em que ainda não existia o Ecad e o direito autoral não era o mesmo que é agora. Esse direito nosso, do compositor, é um direito que tem que ser preservado. Não podemos abrir mão daquilo que nós sonhamos. Nós sonhamos com o Ecad e ele está aí", afirma Kelly.
Números do Carnaval 2010 – Segundo dados oficiais do Ecad, no Carnaval do ano passado foram distribuídos R$ 13,7 milhões para sete mil artistas que tiveram suas músicas tocadas em shows, blocos, trios elétricos, clubes, bailes carnavalescos, coretos, desfiles e eventos durante o período da festividade. Esse valor foi 25% maior do que em 2009. Segundo o gerente executivo de Distribuição do Ecad, Mario Sergio Campos, para 2011, a previsão de aumento da distribuição aos artistas está entre 15% e 20%.