Música é maior força da Economia da Cultura no Brasil
A afirmação foi feita pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil A música brasileira é uma das maiores forças da música mundial e a maior força da Economia da Cultura no Brasil. A afirmação foi feita pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, aos jornalistas presentes à coletiva de imprensa da ‘Feira Música Brasil’, ocorrida na tarde de quarta-feira (7), em Recife (PE). O ministro começou a coletiva dando um panorama geral do que representa a música brasileira no mercado fonográfico nacional e internacional. “Temos hoje um mercado interno fortíssimo, onde a música brasileira domina 80% do consumo, quando nos países latino-americanos esse percentual não passa de 5%”, explicou. Usando dados do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), o ministro explicou que a indústria fonográfica estabelecida no Brasil movimentou R$ 650 milhões em 2005 e exportou outros R$ 70 milhões em discos. A arrecadação de direitos autorais sobre execução pública foi de R$ 275 milhões em 2006. Mas, Gilberto Gil alertou que a esses números falta agregar os resultados das gravadoras brasileiras, que já conquistaram quase 40% do mercado, fato inédito na nossa história musical. Falta agregar ainda o montante gerado por direitos autorais em licenciamento em veiculação digital e, através de outras entidades arrecadadoras; falta agregar o montante gerado pelos shows, segmento fortíssimo sobre o qual pouco se sabe; falta agregar os números da indústria de instrumentos musicais, hoje fortemente exportadora; e falta agregar os números gerados pelos estúdios, pelas produtoras de audiovisual de música, pelos fabricantes de equipamentos e uma série de outras ramificações da complexa cadeia produtiva da música. O ministrou afirmou que é preciso conhecer essa cadeia produtiva para que se possa potencializar os seus resultados. E que, por isso, o Ministério da Cultura está contratando o estudo de toda a cadeia de valor da música, que deverá fornecer os subsídios necessários para formulação de mecanismos de fomento e ajudar o setor a trabalhar com planejamento estratégico. “Não basta contratar um estudo. É preciso que os profissionais e as empresas estejam conscientes da necessidade de se fazer conhecer e organizem seus números, passem a evidenciar seus resultados. É preciso que o setor esteja consciente do potencial de crescimento dentro e fora do País e trabalhe com planejamento e metas”, explicou o ministro. Mesmo com os altos números já citados do mercado fonográfico brasileiro, Gilberto Gil alertou que a música brasileira ainda encontra sérias dificuldades para veicular dentro do País. “A música brasileira encontra grande dificuldade para divulgar sua diversidade no rádio. O veículo, acessado por 62% da população, poderia ser o maior parceiro da música brasileira, mas continua arcaico na sua forma de programação ainda fechada à diversidade, mesmo num momento em que a tecnologia digital democratiza as possibilidades de acesso a conteúdos”. Ações previstas Gilberto Gil afirmou que a Feira Música Brasil é a ação que inaugura o Programa de Desenvolvimento da Cultura (Prodec), que tem o objetivo de apoiar a dimensão produtiva das atividades da cultura. Esse programa tem três eixos de ação: área de capacitações; área de formação; e área de promoção de negócios. A feira insere-se nesta última área. O Prodec contará com o orçamento de R$ 13 milhões em 2007. “A Feira Música Brasil é uma experiência piloto, cuja permanência depende, sobretudo, da ação dos profissionais da música brasileira, de suas empresas e de suas associações. O governo brasileiro está oferecendo o impulso inicial para que ela se firme”, afirma Gilberto Gil. |