Uma nova filosofia de negócios
Foi-se o tempo em que a empresa se preocupava exclusivamente com o lucro. Os resultados operacionais são inegavelmente importantes, mas muitas companhias deixaram de ter seus nomes ligados apenas a cifras. Em um mundo tão marcado pelas diferenças sociais e pelos desastres ambientais, as expressões responsabilidade social e sustentabilidade tornaram-se as novas bandeiras de empresas de diversos portes. Empresas como Vale, Petrobras, Furnas, Odebrecht, Souza Cruz, Coca-Cola, Natura, Pépsico, CPFL Energia, além de grupos como Bovespa, Coimex, Pão de Açúcar, Ecad, entre tantos outros, mudaram a forma de ver e de se relacionar com os negócios. Adotaram a responsabilidade social como filosofia. A responsabilidade social ganhou espaço também no comércio mundial. Em um cenário internacional, onde países desenvolvidos disputam espaço com países em desenvolvimento, tudo é utilizado como arma. E mesmo algo tão nobre como a responsabilidade social acaba se tornando ferramenta para que países se sobressaiam a outros.
As chamadas barreiras não-tarifárias, aplicadas atualmente, são obstáculos impostos às exportações, principalmente de países em desenvolvimento. Os importadores exigem que as companhias utilizem mão-de-obra correta, que respeitem o meio ambiente e que invistam na sociedade. Segundo o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, as barreiras não-tarifárias foram a forma encontrada de os países desenvolvidos protegerem seus mercados. Em um mundo globalizado, essas são as palavras de ordem que norteiam os negócios: responsabilidade social, desenvolvimento sustentável e preservação ambiental.