Relatório do Ecad mostra pouco crescimento da presença das mulheres na indústria da música no Brasil
No Dia Internacional da Mulher, estudo apresenta dados sobre a participação feminina no mercado musical
A indústria da música sempre contou com mulheres que se destacam como artistas e compositoras, mas elas fazem parte de uma minoria, já que a participação feminina no mercado musical ainda é muito pequena em relação ao espaço ocupado pelos homens. Neste Dia Internacional da Mulher (08/03), o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) apresenta mais um relatório “O que o Brasil ouve – Mulheres na música" (veja aqui), que traz um balanço sobre a presença das mulheres nesse mercado e mostra que houve um crescimento, ainda que discreto, nos últimos anos.
“Esta é a segunda edição do relatório do Ecad sobre as mulheres na música e acredito que levantamentos como esse podem ajudar não só a mostrar a participação feminina, mas também apoiar e estimular o seu crescimento. Os dados apontam para um longo caminho a ser percorrido em prol de uma total igualdade de gênero nesse mercado. É importante levarmos em consideração que o ecossistema da música não é formado apenas por intérpretes e compositoras, mas também por produtoras e musicistas", disse a superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim.
A participação feminina em relação ao número de titulares de música beneficiados com direitos autorais apresentou um aumento discreto, de 5% em 2021, em comparação com o ano anterior. Do total de valores distribuídos em 2021, as mulheres receberam cerca de 7%, igualando o resultado de 2020. Os titulares de música são os compositores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos filiados a uma das sete associações de música que administram o Ecad (Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC).
A presença das mulheres no ranking dos 100 autores com maior rendimento, considerando todos os segmentos de execução pública, também cresceu: apesar da presença esmagadora dos homens, a presença feminina dobrou de 2020 para 2021, saltando de 2% para 4%. Mesmo com os avanços, a média de apenas 4 mulheres entre os 100 autores com maior rendimento nos últimos cinco anos mostra que o cenário ainda está longe da igualdade.
O relatório “O que o Brasil ouve – Mulheres na música" apresenta ainda um balanço sobre a distribuição dos direitos autorais destinada às mulheres, as categorias das titulares de música mais contempladas e o ranking das músicas nacionais mais tocadas nos últimos cinco anos com mulheres entre os autores.