Forte estrutura do Ecad promove recordes históricos de arrecadação
Empresa deve fechar o ano de 2015 com
mais de R$ 1,4 bilhão arrecadados, de acordo com gerente do DF, que esteve em
Belém a convite da gravadora paraense Na Music. Mesmo com os aumentos mais de
60% das rádios do Pará estão em débito com o Ecad.
A Na Music promoveu no último dia 25 de junho a palestra "O Ecad e
os direitos autorais de execução pública", com Nereu Silveira, gerente da
unidade do Ecad no Distrito Federal. Foi uma oportunidade singular para
produtores fonográficos, artistas e consumidores de música se informarem mais
sobre o sistema de arrecadação e distribuição da empresa.
Arrecadação de Direitos Autorais é uma instituição privada, sem fins
lucrativos, mantida pelas nove associações que representam os titulares de
música brasileiros, entre elas Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro,
UBC (essas são as efetivas, com direito a voto na Assembleia Geral
do Ecad, mas ainda existem a Abrac e Sadembra).
os valores referentes aos direitos autoraisgerados pela execução pública
de músicas. O mercado é vasto: restaurantes, lojas, shows ao vivo, música
mecânica, execução em rádio e televisão, internet etc. As regras são muitas e
complicadas, amostragens mecanizadas, recolhimentos de planilhas, cálculos por
metro quadrado, audiência etc. Enfim, quase todo mundo deve pagar, por lei,
o direito autoral.
são destinados às associações e 15,61% são destinados ao Ecad para
pagamento das suas despesas operacionais em todo o Brasil. Dinheiro com que se
mantêm e aperfeiçoam as tecnologias de captação e fiscalização. Essas novas
tecnologias, somadas aos investimentos feitos na capacitação das equipes, na
modernização dos processos, na comunicação com os usuários de música e a uma
estratégia de abordagem jurídica aos devedores, têm gerado nos últimos anos um
grande aumento na arrecadação, e, consequentemente, na
distribuição.
os números de sua arrecadação. Mas de 2012 para 2013 o número quase que dobrou,
passando de mais R$ 624 milhões para impressionantes R$ 1,19 bilhão. Em 2014, a
arrecadação foi de R$ 1,21 bilhão e a estimativa é que feche 2015 com R$ 1,4
bilhão. E veja que a inadimplência é alta. Por exemplo, do segmento de rádios no
Pará, chega a 60%, segundo Nereu Silveira.
escritório próprio nas principais capitais do Brasil e mais algumas regiões
estratégicas (somando o total de 34 unidades), 84 representantes autônomos
credenciados em cidades do interior, além de mais de 40 escritórios de
advocacia, é responsável pelo sucesso financeiro incontestável
do Ecad.
distribuição. Mas, segundo Nereu, a entidade atua totalmente dentro da lei,
respeitando critérios que são definidos na Assembleia Geral do Ecad. "A
gente não inventa critérios, eles são definidos tecnicamente nas assembleias",
afirmou durante sua palestra em Belém, que ocorreu apenas dois dias depois da
presidente Dilma Roussef sancionar leis que mudam alguns critérios na atuação
do Ecad (Ver AQUI).
anos após a sanção da nova lei, 85% do que for arrecadado para os titulares de
música filiados às associações (compositores, intérpretes, músicos, editores e
gravadoras) e deve se submeter à fiscalização do governo. O Ecad se
manifestou publicamente sobre a lei dizendo que atua com transparência e afirmou
que o Ministério da Cultura divulgou percentuais equivocados sobre os repasses
da empresa aos autores, uma vez que já atua desde agosto de 2014 dentro de taxas
administrativas de 15,61%, como definido pela nova lei.
seja, o direito legítimo do autor sobre a execução pública de suas composições.
Obras que valorizam o negócio onde quer que elas sejam utilizadas. "Todo e
qualquer negócio onde a música agregue valor deve pagar direitos autorais. Os
usuários de música devem, no entanto, sempre nos informar e ser transparentes.
Quanto maior a qualidade da informação, maior a possibilidade de buscarmos
condições técnicas e regulamentares para flexibilizar os valores a serem
recolhidos", explicou.
se adequar às novas regras. Tudo indica, porém, que os seus números continuarão
muito altos, pois a tendência é manter a arrecadação crescente. Alguns critérios
devem mudar, mas a lei já possibilitava que os autores e as empresas
consumidoras de música pudessem estabelecer meios autônomos de repasses de
direitos autorais. No entanto, a força do Ecad se tornou indispensável
para o compositor. Sua estrutura deve ser usada para o benefício do mesmo. Todo
profissional que atua no mercado (ou que pretende atuar comercialmente) deve
estar antenado com as notícias, seja por meios de suas associações, suas
editoras ou gravadoras, mantendo sempre o diálogo e cobrando o que é seu por
direito.
artistas conhecidos que recebem seus direitos autorais, alguns deles até
sobrevivem dos valores recebidos. Isso tem dado maior credibilidade à empresa,
que sempre foi criticada. "As pessoas reproduzem certas notícias sem se
informar. Hoje temos a Receita Federal dentro do Ecad e há um forte
controle sobre nossas ações, inclusive dos próprios titulares de música. E deve
ser assim, pois é uma instituição que é eficiente nos serviços que presta aos
seus mantenedores", conclui Silveira.
autores, intérpretes, músicos, editoras e produtores fonográficos. Ao que tudo
indica, ainda há grande concentração entre esses compositores e artistas (poucos
recebem muito e vice-versa), mas isso tem a ver com a própria estrutura da
Indústria Cultural brasileira. Podemos mudar essa realidade, mas é preciso
entender o sistema. A presença em ações como a que foi promovida pela Na Music é
fundamental para isso.