Eu amo minha empresa
Com 25 anos de idade e há cinco trabalhando na Wärtsilä, empresa finlandesa líder no fornecimento de motores de geração de energia e propulsão marítima, Fernanda Bambino começou como estagiária e foi efetivada dois anos depois. Em 2008 recebeu da empresa um prêmio de reconhecimento por sua eficiência na atividade de analista de faturamento. Além de receber um pacote de beneficios completos, com 14º salário, o melhor de seu emprego é a possibilidade de aprimorar os estudos. "Em 2007, fiz um treinamento na filial de Fort Lauderdale (EUA). Agora, faço MBA em Gestão Financeira na Fundação Getúlio Vargas, com 50% custeados pela empresa", explica. A Wärtsilä é uma das empresas que figuram no relatório Great Place to Work, quie selecionou as 25 melhores companhias para se dar expediente no Estado do Rio de Janeiro. Respeito, credibilidade, imparcialidade, orgulho e camaradagem foram os cinco critérios avaliados na pesquisa, realizada em todo o Brasil. Da seleta lista fluminense, oito são estreantes: Aggreko, Biruta Mídias Mirabolantes, Coca-Cola Brasil, Ecad, Outback, Visagio, Wärtsilä e XP Investimentos.
Feita pela consultoria Great Place to Work – que realiza a pesquisa em 40 países -, em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), a análise abrangeu 80 empresas, que se inscreveram para participar, e trouxe uma surpresa."Imaginávamos que, com este momento de crise mundial, as companhias apresentariam resultados não muito positivos. No entanto, percebemos que muitas ficaram com o corpo funcional mais unido, buscando formas de trabalhar melhor a competitividade", diz a presidente da ABRH-RJ, Leyla Nascimento.
Atuando há apenas dois anos como corretora plena – antes, era uma empresa de agentes autónomos de investimentos – a XP investimentos é uma das mais jovens no ranking. Investir em conhecimento e educação dos funcionários é um dos pilares organizacionais da empresa. Tanto que a direção criou uma divisão específica, a XP Educação, que promove cursos, palestras e treinamentos sobre o mercado."Todos são convidados a participar já no momento da admissão", diz Corrêa.
Com mais de 30 escritórios espalhados pelo Brasil e sede no Rio, a empresa tem a juventude também no quadro funcional, com a faixa etária dos 220 funcionários está entre 25 e 35 anos. Diretor de Recursos Humanos (RH), Sérgio Corrêa destaca que, entre os diferenciais da companhia, o principal é que os funcionários sentam ao lado dos executivos da empresa. Não há salas exclusivas para os sócios, diretores e presidente.
"Aqui, o executivo não pode conhecer a empresa apenas por relatórios e números e isso já fazia parte da nossa estrutura de trabalho muito antes de sabermos da existência dessa premiação. Temos uma política de relacionamento entre líderes e liderados baseada na espontaneidade e no respeito", explica.
O processo do Great Place to Work incluía o preenchimento de dois modelos de questionários diferentes, um para a direção da empresa, outro para os funcionários. O sumário final – no qual estarão mais explicitados os motivos que levaram a empresa à premiação – só será divulgado após a avaliação nacional, em setembro."Ainda não recebemos o resultado detalhado do GPTW, mas sabemos que nos destacamos pelo ambiente de relacionamento. Os diretores e gerentes confiam em seus funcionários e compartilham informações". diz Corrêa.
"Já trabalhei em quatro empresas e aqui a maioria das pessoas se mostra disponível a ajudar. Essa cultura vem de cima. Eles ouvem nossas ideias", corrobora a coordenador da área de Conectividade e Operações Eletrônicas da XP investimentos, Fernando Kazan.
Com 250 funcionários no Rio, a Wärtsilä já tinha integrado o ranking nacional em 2004, mas depois não participou mais da pesquisa, retornando este ano e passando a integrar a lista fluminense. Para o gerente de RH da emresa, José Oliveira, o prêmio não poderia ter chegado em melhor hora. "Temos uma cultura muito forte de portas abertas. Desde o mecânico até a recepcionista tem livre circulação pela empresa, o que gera transparência".
Segundo Oliveira, entrar no ranking sabendo que o quadro da empresa é tão heterogêneo, em termos de formação e funções, foi um desafio a mais. "Agora, a meta é trabalhar as dimensões apuradas na pesquisa. elaborar ações de melhoria, estudar as estratégias das empresas campeãs e aprender com isso. Ano que vem queremos estar entre as cinco melhores", empolga-se.
O relatório do GPTW só divulga a ordem de colocação das cinco primeiras empresas. Este ano, o primeiro lugar ficou com a Chemtech-que é bicampeã – seguida pela Cultura Inglesa, Iesa, Mantecorp e Brasilcap. As outras 20 companhias foram dispostas em ordem alfabética.
No Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), a gerente de RH, Janaína Araújo. diz que figurar no ranking não foi surpresa."As pessoas que trabalham aqui ficam muitos anos e evoluem, fazendo coisas diferentes e trabalhando no que gostam. Afinal, nosso negócio é música, o que por si só torna tudo mais legal", orgulha-se.
Funcionário do Ecad há seis anos, o analista de arrecadação. Fábio Soares diz: "É impossível não sentir orgulho de defender a música. Respiramos este ar".
Incentivar a confraternização foi um dos pontos em comum nas estreantes. Na XP Investimentos, conquistas são comemoradas com todo o grupo. "Vamos todos para um happy hour para festejar a colocação na pesquisa", anima-se o diretor de RH, Sérgio Corrêa.