Ecad lança relatório com impacto da pandemia no mercado de shows e eventos
Por conta das restrições, quantidade de apresentações chegou a cair mais de 80% no ano passado em todo o país
O mercado de shows e eventos começa a se movimentar no Brasil, apesar das restrições e dos protocolos ainda impostos pela pandemia do coronavírus. Já é possível ver a programação de shows e de grandes festivais, como o Rock in Rio e o Lollapalooza, anunciados para 2022. Diante da esperança pela volta desse mercado, que se dará a partir do avanço da vacinação no país,
o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) lança mais uma edição do relatório “O que o Brasil ouve” e, desta vez, com dados que mostram o impacto da pandemia no mercado de shows e eventos.
O estudo revela os efeitos da Covid-19 na arrecadação e distribuição de direitos autorais de compositores e artistas, que não conseguiram mais subir aos palcos e nem fazer suas apresentações diante do público desde o ano passado. Foram coletados dados dos anos de 2021, 2020 e 2019, que apontam o que aconteceu neste mercado a partir da paralisação dos eventos em todo o país. Nos seis primeiros meses de 2021, por exemplo, o segmento de Shows sofreu um forte impacto, apresentando uma queda significativa de mais de 75% no valor do repasse na distribuição de direitos autorais em comparação com o primeiro semestre de 2020.
Durante todo o ano de 2020, a quantidade de shows e eventos realizados no país apresentou uma queda de mais de 80% comparado a 2019, quando foram registrados mais de 83 mil espetáculos e eventos por todo o país. No ano passado, foram apenas 15 mil apresentações, com a grande maioria realizada ainda no primeiro trimestre, antes de decretada a pandemia.
“O segmento de Shows e Eventos é muito importante para os compositores e artistas no Brasil. Esse foi um dos segmentos que mais sofreu e é o que mais depende do avanço da vacinação e da imunização da população porque promove eventos e atividades que reúnem as pessoas e a música. A expectativa de todos na indústria da música é que haja segurança para a volta dos shows e a retomada do setor”, disse Isabel Amorim, superintendente executiva do Ecad.
O documento também apresenta dados sobre as regiões do país que mais realizam shows até a suspensão dos eventos, e as maiores apresentações realizadas nos últimos dois anos, além das músicas mais tocadas em shows e eventos realizados em 2020 e em 2019. Essa foi a segunda edição do relatório “O que o Brasil ouve”, produzido pelo Ecad. O primeiro foi lançado em março deste ano, com informações sobre a
participação das mulheres na música em todo o Brasil.
Os dados do documento já foram destaque em
matéria publicada na coluna do jornalista Lauro Jardim, do O Globo, no dia 14 de setembro.