Ecad comprova: sertanejo é o ritmo mais ouvido no Brasil
11.12.2018
Notícias
O Ecad acaba de divulgar um estudo que mostra que o sertanejo é o gênero mais tocado em todo o país. A pesquisa levou em consideração a execução pública de músicas em plataformas de streaming*, shows, rádios e locais com música ao vivo entre 2016 e 2018.
Dos bares do interior, o estilo ganhou projeção nacional e popularidade cantando o dia a dia das pessoas. O levantamento mostra que a predominância deste estilo é significativa em shows e eventos: 56% das músicas tocadas são sertanejas, seguidas do forró, que tem 17% das execuções.
No streaming o cenário é similar: de cada 100 músicas tocadas, 37 são do sertanejo. Em seguida, aparecem o pop, com 30 canções, e o dance, que corresponde a 8% das execuções.
O streaming é o meio que tem dado mais visibilidade aos artistas, e tem inserido uma enorme quantidade de músicas e profissionais na gestão coletiva brasileira (formada por associações de música e Ecad). Nos últimos dois anos, 78% de todos os artistas contemplados nos pagamentos feitos pelo Ecad tiveram suas músicas tocadas nas plataformas digitais; e 77% das mais de 2 milhões de músicas que foram remuneradas com o pagamento de direitos autorais foram tocadas por streaming.
Sucesso no streaming ainda não equivale à remuneração
Os valores recebidos pelos artistas por essas execuções, no entanto, não são tão altos. Em 2016, os valores distribuídos aos artistas no segmento de streaming representaram pouco menos de 1% dos R$ 841,8 milhões distribuídos. Se consideramos todos os R$ 2,6 bilhões de reais distribuídos entre 2016 e 2018, é possível afirmar que somente 3% foram destinados ao que toca nas plataformas digitais de música.
Atualmente, as principais plataformas de streaming reconhecem o direito dos autores e são adimplentes com o pagamento feito aos artistas por meio do Ecad. Os valores pagos por este setor em expansão, no entanto, ainda não são expressivos como outros já estabelecidos e consagrados; e é preciso considerar que o modelo de negócios destas plataformas não privilegia os direitos de execução pública, fato que vem sendo discutido cada vez mais pelo mercado da música.
* O estudo considerou as execuções ocorridas no Spotify (free e premium), que servem como referência do que toca nas demais plataformas digitais do mesmo porte.